segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Turbulência

Ela acordou bem cedo, lavou o rosto, foi até a varanda, sentiu a brisa da manhã que tanto gosta, o sol iluminando seu rosto...e sorriu. Parecia que tudo estava diferente. E estava. Ela estava diferente. Juntou todas as suas tralhas e voltou para si mesma. Já não queria dominar o tempo, mas aproveitar o tempo que tinha. Já não queria as coisas novas, mas resgatar o que ela sempre teve. Ela queria usufruir de tudo que ela sempre negou, de tudo que ela dizia não ter tempo, de tudo que ela deixava para depois. Inclusive, os seus desejos. Decidiu que não ia fugir deles, se despiu dos medos e das inseguranças. Mostrou ser de carne, osso e muitos hormônios. Gostou disso, sentiu-se com o guidom da sua vida em suas mãos, podia cometer seus excessos. Sorriu novamente.
Chegou a ficar em êxtase, descobriu que gostava de conviver consigo mesma.
O vento sacudiu seus cabelos, ouviu o canto dos pássaros. Era tudo tão bom. Sentia-se com a alma renovada, sentia-se livre e por isso, sorriu mais uma vez...Ela só queria viver.